Qual criança nunca chupou o dedo? O hábito, que surge quando o bebê ainda está na barriga da mãe, tem várias causas e as consequências podem ser severas. Pediatras estimam que pelo menos 18% das crianças entre dois e seis anos chupam o dedo. De acordo com o ortodontista e ortopedista-facial da Clínica Köhler Ortofacial, Gerson Köhler, a face é a região mais deformável de todo o corpo humano. “O desenvolvimento facial de uma criança é influenciado por componentes genéticos ou pela ação de fatores externos. A maioria das anomalias dentofaciais ocorrem devido a hábitos nocivos como a sucção de dedos, uso de mamadeira ou chupeta além dos três anos e até mesmo o costume de roer as unhas”, explica o ortodontista.
Este tipo de comportamento - pelas pressões inadequadas que causa - prejudica o crescimento dos ossos da face e consequentemente do posicionamento dos dentes nas arcadas. “Até os três meses de vida a criança leva o dedo à boca involuntariamente por algum reflexo ou fome, mas depois ela já tem controle deste movimento. O fato é que os primeiros anos de vida são fundamentais para o desenvolvimento da região bucal - responsável pela fala, mastigação, respiração, deglutição e sucção – e da face como um todo. Chupar chupeta ou os dedos depois dos 3 anos de idade prejudica o desenvolvimento facial da criança”, assegura Gerson.
Juarez Köhler, especialista em Ortodontia e Ortopedia Facial e que também faz parte da Clínica Köhler Ortofacial, aponta as consequências destes hábitos nocivos. “Dificuldade de fala, problemas respiratórios, alterações na musculatura facial, mordida aberta e/ou cruzada, ronco e até problemas emocionais e psicológicos”, ressalta.
O especialista afirma ainda que existem outros costumes como dormir com a cabeça em posição inadequada, morder objetos (canetas, lápis), apertar os dentes e manter uma postura incorreta da cabeça e do pescoço durante o dia que também podem influenciar negativamente no crescimento do rosto e na disposição dos dentes na arcada dentária.
Gerson recomenda aos pais ficarem atentos a alguns sinais de alerta que a criança pode apresentar. “Se a criança respirar pela boca é um alerta para procurar um ortopedista facial. Certamente o desequilíbrio muscular causado pela função inadequada - pois a respiração deve obrigatoriamente ser feita pelo nariz e não pela boca - mudará todo o comportamento da musculatura do rosto. Isso alterará a forma e o direcionamento de crescimento dos ossos, principalmente maxila e mandíbula”, esclarece.
É importante que, assim que os pais perceberam alguma alteração na criança, ela seja levada a um especialista para ter o diagnóstico correto e o tratamento adequado. “Quanto mais cedo, melhor. O tratamento do o crescimento e do desenvolvimento craniofacial pode ser complexo e exigir uma atuação multidisciplinar, com médicos e ortodontistas. O ideal é procurar um profissional da área da ortopedia facial ou ortodontia pediátrica para ser feito uma análise adequada”, finaliza Juarez.
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