segunda-feira, 5 de julho de 2010

O perigo dos piercings

Argolas, labrets bolinha, barbel, captive, alargadores, nostril, banana bell, halteres… Essas palavras soam estranhas para você? Para quem é adepto dos piercings elas são muito familiares. Apesar dos riscos...

Piercing é uma palavra inglesa cujo significado é perfuração. Para o adolescente, piercing é maneira de expressar emoção, angústias, revoltas e outros estados de espírito. É muito popular porque conquistou a garotada que não tem coragem e nem autonomia para fazer uma tatuagem. Em São Paulo, a Lei N.º 9.828/97 proíbe a colocação de piercings e a realização de tatuagens em menores de idade, mesmo com o consentimento dos pais. A legislação se tornou um obstáculo para os adolescentes e um problema também, já que vários resolvem fazer a perfuração de modo caseiro e acabam por machucar o corpo, ao invés de adorná-lo.

Complicações em cena

Apesar do boom do piercing entre os mais jovens, “é bom estar atento para os perigos de infecção caso a perfuração seja feita de maneira incorreta, com instrumentos inadequados e sem as devidas condições higiênicas”, alerta o professor do CETAO.

O uso do piercing tem trazido sérios riscos de saúde para os adolescentes. O tempo de cicatrização varia de acordo com a região do corpo e, se não for bem colocado e mantido sob cuidados higiênicos, ele pode provocar complicações, desde reações alérgicas até doenças graves. Em último caso, doenças de todos os tipos podem ser transmitidas, inclusive a AIDS, se o material perfurante não for esterilizado ou descartável.

O risco de se contrair uma infecção por más condições de higiene e objetos utilizados no local de colocação do piercing é muito grande. O acessório pode ainda causar alergia em algumas pessoas, provocar uma lesão em estruturas como veias ou artérias ou ainda, levando às últimas conseqüências, uma necrose (morte do tecido ou de parte dele) na região acometida.

Existem também os riscos específicos de cada tipo de piercing. “O uso de piercings na cavidade bucal, especialmente na língua, traz riscos de aumento do fluxo salivar, dor, fraturas dentárias, impedimento da fala, hematomas, cistos, retração gengival, sangramento, lesões na mucosa e problemas em relação ao sabor dos alimentos. Trata-se de um corpo estranho no organismo, dificultando a fonação, a mastigação e a acomodação da língua”.

“Já os piercings dentais, feitos principalmente de pedras, só devem ser aplicados por dentistas. Sua instalação é completamente indolor e deve ser feita no consultório dentário que atenda a todas as normas de biossegurança, para evitar infecções, hepatites e a AIDS”, nunca se deve retirar o piercing sozinho.

Somente dentistas habilitados podem colocar e retirar o adorno dental, que pode ser fixado em qualquer dente, seja ele natural, de resina ou porcelana. Isso porque se tratam de adesivos, pedras e jóias que são apenas colados no dente com um fixador especial, sem trazer prejuízo algum ao elemento dental. Tal colagem é feita da mesma forma que se colam os bráquetes ortodônticos dos aparelhos fixos. “É iniciado com a aplicação de uma substância que deixa o dente mais áspero por alguns segundos, então, aplica-se a jóia com um produto adesivo, que é polimerizado por meio de uma potente fonte de luz”.

“Os cuidados com a higiene bucal auxiliam na vida útil do adereço. Mas, mesmo assim, com o tempo pode haver a formação de placa bacteriana e tártaro na região de contato do adesivo com o dente, sendo necessária a realização de uma profilaxia dental periódica. Cabe sempre reforçar a importância do acompanhamento do cirurgião-dentista”.


Portal SEGS.

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