segunda-feira, 12 de julho de 2010

Tchau, chupeta! Tchau, mamadeira!

O que fazer quando se torna necessária a substituição ou total retirada dos bicos de mamadeiras e chupetas das crianças? Quando apegadas desde o nascimento, essa mudança pode gerar insegurança e estranhamento aos pequenos. Mas não são só eles que ficam apreensivos com o momento de abolir esses acessórios de suas vidas. Os pais também entram em pânico para fazê-lo de modo que não cause tantos traumas.

O momento certo

Segundo a fonoaudióloga Cristiane Pivante, a fase ideal para a retirada desses objetos deve ser por volta dos dois anos, quando a criança já deve ter uma alimentação compatível com a de um adulto. Assim, o leite deve ser oferecido em copos. Porém, a mudança tem de ser apresentada à criança bem antes. “Essa transição pode ser feita a partir de um ano de idade com bico no copo, passando para canudo, até chegar ao copo propriamente dito”, alerta Cristiane.

Problemas

Outros problemas – como a incorreta movimentação da língua durante a fala, a flacidez da musculatura facial e o estímulo à respiração bucal – podem aparecer com os maus hábitos bucais causados por: mamadeira; chupeta; e chupar o dedo. Quanto maior a duração, frequência e intensidade da criança ao fazer esses hábitos, maiores serão os danos. Problemas dentários também podem surgir.

Segundo a cirurgiã-dentista Renata Hajaj, o uso excessivo e prolongado da chupeta pode causar alteração na arcada dentária e na posição dos dentes. “Se o uso for até os dois anos, não haverá problemas, mas, se passar dos quatro anos, essa criança poderá ter problemas permanentes na arcada dentária, tendo de utilizar aparelhos de ortopedia funcional para correção até o nascimento dos dentes permanentes”, conclui Renata.

Seja qual for o método escolhido, tenha sempre em mente que o que está fazendo é para o bem e a saúde do seu filho. Nunca é cedo ou tarde demais para iniciar mudanças que trarão muitos benefícios positivos para a infância dele.

Confira algumas dicas para retirar a chupeta e a mamadeira sem transtornos:

- Se a criança estiver muito acostumada com a chupeta, comece substituindo o modelo convencional por um ortodôntico, que é menos prejudicial.

- Tire a chupeta da boca da criança assim que ela adormecer. Dessa maneira, ela vai se acostumando a ficar sem o objeto ou a usá-lo somente à noite.

- Não use prendedores de chupetas nas roupas das crianças. Isso incentiva o uso quando ela estiver acordada, prejudicando a fala.

- Se você deixou passar mais de dois anos, reforce a ideia de que crianças mais velhas não usam chupeta, nem mamadeira, pois elas adoram sentir que já são crescidas.

- Incentive a criança a dar todas as chupetas e mamadeiras para alguém. Vale Papai Noel, coelhinho da Páscoa, fada da chupeta. Mas não insista. Deixe que ela tome a decisão sozinha. Caso aceite, não volte atrás. Seja firme e ensine-a que nem sempre podemos reverter uma decisão.

- Por volta de um ano, substitua a mamadeira por um copo colorido com o qual ela possa sugar o leite com um bico nele e, aos poucos, trocar o bico por um canudo até a criança começar a beber leite no copo sem uso de nenhum acessório.

- Compre e personalize o copo ou a caneca, com o nome da criança ou de seu personagem predileto para estimular o uso, e ofereça o leite sempre nesse objeto.

- Deixe que ela peça a chupeta e a mamadeira nessa fase de transição. Se ela não pedir, é sinal de que está se acostumando a ficar sem esses acessórios.

- Nada de compensar com doces, nem de oferecer algo que ela queira muito para deixar a chupeta e a mamadeira. Isso pode gerar conflitos sérios mais adiante.

- Aproveite quando ela tiver um resfriado, porque é comum a criança não querer a chupeta pela congestão nasal, e tire-a de vista, dando somente se ela pedir.

- Use um brinquedo ou ursinho para essa transição, oferecendo à criança em vez da chupeta na hora de deitar.

- Converse com outros pais sobre o assunto. Às vezes, a troca de experiências pode ajudá-la a ter novas ideias para ajudar o seu filho.

- Faça mudanças no quarto da criança, como trocar o berço pela cama, ou altere a rotina da hora de dormir, explicando que, a partir daquele momento, chupeta e mamadeira não fazem mais parte dessa nova rotina.

- Não coloque substâncias ruins nos bicos, nem ameace a criança caso ela não queira deixar o hábito. Chantagem não vai ajudar em nada, pelo contrário, só vai atrapalhar.

- Se ela reagir muito mal à retirada, não desanime, nem volte atrás. Restrinja o uso da chupeta somente à noite, e o da mamadeira, uma vez ao dia, por exemplo.

- Elimine o hábito de substituir esses objetos por novos. Com o tempo e o desgaste dos materiais, pode ser que seu filho largue por si só a chupeta e a mamadeira.

- Pegue o calendário e estipule uma data para que isso ocorra e o lembre sempre de que ela está chegando, marcando com caneta colorida todo dia, pintando e colocando adesivos no “dia D”. Na data, faça um bolo ou uma sobremesa e comemore com seu filho, sempre incentivando e mostrando que uma fase foi superada e deixada para trás. Caso a criança aceite, já sabe, não a deixe voltar atrás. Aja com segurança, que seu filho vai sentir e confiar em você.

- Se ele frequentar a escolinha, peça ajuda às professoras e assistentes e não mande a chupeta e a mamadeira na bolsa da criança para incentivá-la a passar por esse período sem os acessórios.

- Não deixe seu filho substituir a chupeta pelo dedo. Chupar o dedo é mais prejudicial ainda, pois “empurra” os dentes para frente, prejudicando ainda mais. Nesse caso, peça orientação ao dentista ou odontopediatra para ajudar a resolver a questão.

- Converse com seu filho, explique a ele que é hora de deixar os acessórios e sempre demonstre muito amor, carinho e compreensão. Às vezes, não é preciso mais nada.

Por Miriam Temperani
Fonte: Revista Baby & Cia / ed.1.6

segunda-feira, 5 de julho de 2010

O perigo dos piercings

Argolas, labrets bolinha, barbel, captive, alargadores, nostril, banana bell, halteres… Essas palavras soam estranhas para você? Para quem é adepto dos piercings elas são muito familiares. Apesar dos riscos...

Piercing é uma palavra inglesa cujo significado é perfuração. Para o adolescente, piercing é maneira de expressar emoção, angústias, revoltas e outros estados de espírito. É muito popular porque conquistou a garotada que não tem coragem e nem autonomia para fazer uma tatuagem. Em São Paulo, a Lei N.º 9.828/97 proíbe a colocação de piercings e a realização de tatuagens em menores de idade, mesmo com o consentimento dos pais. A legislação se tornou um obstáculo para os adolescentes e um problema também, já que vários resolvem fazer a perfuração de modo caseiro e acabam por machucar o corpo, ao invés de adorná-lo.

Complicações em cena

Apesar do boom do piercing entre os mais jovens, “é bom estar atento para os perigos de infecção caso a perfuração seja feita de maneira incorreta, com instrumentos inadequados e sem as devidas condições higiênicas”, alerta o professor do CETAO.

O uso do piercing tem trazido sérios riscos de saúde para os adolescentes. O tempo de cicatrização varia de acordo com a região do corpo e, se não for bem colocado e mantido sob cuidados higiênicos, ele pode provocar complicações, desde reações alérgicas até doenças graves. Em último caso, doenças de todos os tipos podem ser transmitidas, inclusive a AIDS, se o material perfurante não for esterilizado ou descartável.

O risco de se contrair uma infecção por más condições de higiene e objetos utilizados no local de colocação do piercing é muito grande. O acessório pode ainda causar alergia em algumas pessoas, provocar uma lesão em estruturas como veias ou artérias ou ainda, levando às últimas conseqüências, uma necrose (morte do tecido ou de parte dele) na região acometida.

Existem também os riscos específicos de cada tipo de piercing. “O uso de piercings na cavidade bucal, especialmente na língua, traz riscos de aumento do fluxo salivar, dor, fraturas dentárias, impedimento da fala, hematomas, cistos, retração gengival, sangramento, lesões na mucosa e problemas em relação ao sabor dos alimentos. Trata-se de um corpo estranho no organismo, dificultando a fonação, a mastigação e a acomodação da língua”.

“Já os piercings dentais, feitos principalmente de pedras, só devem ser aplicados por dentistas. Sua instalação é completamente indolor e deve ser feita no consultório dentário que atenda a todas as normas de biossegurança, para evitar infecções, hepatites e a AIDS”, nunca se deve retirar o piercing sozinho.

Somente dentistas habilitados podem colocar e retirar o adorno dental, que pode ser fixado em qualquer dente, seja ele natural, de resina ou porcelana. Isso porque se tratam de adesivos, pedras e jóias que são apenas colados no dente com um fixador especial, sem trazer prejuízo algum ao elemento dental. Tal colagem é feita da mesma forma que se colam os bráquetes ortodônticos dos aparelhos fixos. “É iniciado com a aplicação de uma substância que deixa o dente mais áspero por alguns segundos, então, aplica-se a jóia com um produto adesivo, que é polimerizado por meio de uma potente fonte de luz”.

“Os cuidados com a higiene bucal auxiliam na vida útil do adereço. Mas, mesmo assim, com o tempo pode haver a formação de placa bacteriana e tártaro na região de contato do adesivo com o dente, sendo necessária a realização de uma profilaxia dental periódica. Cabe sempre reforçar a importância do acompanhamento do cirurgião-dentista”.


Portal SEGS.