terça-feira, 4 de junho de 2013

Refrigerantes: um problema para os dentes

Nas diversas regiões do Brasil, as pessoas usam palavras diferentes para identificar um refresco adocicado e gaseificado ? o refrigerante. Porém, não importa o nome que se use, trata-se de algo que pode provocar sérios problemas de saúde bucal.

Os refrigerantes destacam-se como uma das fontes mais importantes de cárie dental presentes na dieta, atingindo pessoas de todas as idades. Ácidos e subprodutos acidíferos do açúcar presente nos refrigerantes desmineralizam o esmalte dental, contribuindo para a formação das cáries. Em casos extremos, o esmalte desmineralizado combinado com escovação inadequada, bruxismo (hábito de ranger os dentes) ou outros fatores pode levar à perda dental.

Bebidas sem açúcar, que respondem por apenas 14 porcento do consumo total de refrigerantes, são menos prejudiciais1. Entretanto, elas são acidíferas e têm potencial para causar problemas.

Está-se Bebendo Cada Vez Mais

O consumo de refrigerantes nos Estados Unidos aumentou drasticamente em todos os grupos demográficos, especialmente entre crianças e adolescentes. O problema é tão grave que autoridades de saúde como a American Academy of Pediatrics começou a alertar sobre os perigos.

Quantas crianças em idade escolar bebem refrigerantes? Estimativas variam de uma em cada duas à quatro em cada cinco consumindo pelo menos um refrigerante por dia. Pelo menos uma em cada cinco crianças consome um mínimo de quatro porções por dia.2

Alguns adolescentes chegam a beber 12 refrigerantes por dia.3

Porções maiores agravam o problema. De 180 ml na década de 80, o tamanho do refrigerante aumentou para 570 ml na década de 90.

Crianças e adolescentes não são as únicas pessoas em risco. O consumo prolongado de refrigerantes tem um efeito cumulativo no esmalte dental. Conforme as pessoas vivem mais, mais pessoas terão probabilidade de apresentar problemas.

O Que Fazer

Crianças, adolescentes e adultos podem se beneficiar com a redução do número de refrigerantes que consomem, e também com as terapias bucais disponíveis. Eis algumas medidas que você pode tomar:

    * Substitua o refrigerante por bebidas diferentes: Tenha na geladeira bebidas que contenham menos açúcar e ácido, como água, leite e suco de fruta 100% natural. Ingira essas bebidas e estimule seus filhos a fazer o mesmo.
    * Enxágüe a boca com água: Depois de consumir um refrigerante, faça um bochecho com água para remover vestígios da bebida que possam prolongar o tempo que o esmalte fica exposto aos ácidos.
    * Use creme dental e solução para bochecho com flúor: O flúor reduz as cáries e fortalece o esmalte dental, portanto escove com um creme dental que contenha flúor, como o Colgate Total® 12. Fazer bochechos com uma solução com flúor também pode ajudar. Seu dentista pode recomendar um enxaguatório bucal que você compra na farmácia ou supermercado ou prescrever um mais concentrado dependendo da gravidade do seu problema. Ele também pode prescrever um creme dental com maior concentração de flúor.
    * Faça aplicação de flúor com o profissional: Seu dentista pode aplicar flúor na forma de espuma, gel ou solução. Os refrigerantes são implacáveis com seus dentes. Reduzindo a quantidade que você ingere, praticando uma boa higiene bucal e buscando ajuda com seu dentista e higienista, você pode neutralizar seus efeitos e usufruir de uma saúde bucal melhor.

Yahoo! Brasil 

quinta-feira, 4 de abril de 2013

Alta sensibilidade nos dentes tem tratamento

Estudo desenvolvido na Universidade de Washington, nos Estados Unidos, aponta que uma em cada oito pessoas tem dentes sensíveis. Isto quer dizer que bebidas ou alimentos quentes, gelados, adocicados ou ácidos desencadeiam uma dor nos dentes que mais se parece com um ‘choque’. “Isso não quer dizer que elas vivam permanentemente com dor, mas passam por episódios que podem durar semanas, devendo identificar e evitar aquilo que dispara os episódios de dor”, diz a coordenadora do estudo, a doutora Joana Cunha-Cruz.


Na opinião do doutor Artur Cerri, diretor da Escola de Aperfeiçoamento Profissional (EAP) da Associação Paulista de Cirurgiões-Dentistas (APCD), muitas pessoas que têm alta sensibilidade nos dentes acabam se ‘acostumando’ com a dor por desconhecer que o problema pode ser tratado. 

“Os mais sensíveis sentem incômodo até mesmo quando escovam os dentes ou usam o fio dental. Muitas pessoas ignoram essa sensibilidade desagradável porque ela não é contínua – aparecendo somente quando estimulada. Mas essa queixa relativamente comum pode ser resolvida”.

Cerri afirma que o primeiro passo para identificar a origem da dor é examinar a causa do problema. “A principal causa está relacionada ao desgaste do esmalte dos dentes. Ao perder essa proteção, o calor, o frio e a acidez dos alimentos acabam entrando em contato com as células nervosas dos dentes através da dentina e provocando dor”.

O tratamento geralmente tem início com a indicação de bochechos diários com flúor. Mas o especialista revela que esse tipo de abordagem pode demorar até apresentar resultados favoráveis. “O ideal é que, além de fazer uso de flúor para reduzir a sensibilidade dos dentes, a pessoa se submeta a outros tratamentos, como aplicações de flúor em gel a cada seis meses para fortalecer o esmalte ou, ainda, nos casos mais severos, o uso de um selante especial para ‘blindar’ a raiz do dente”.

O diretor da EAP aponta sete dicas para reduzir a sensibilidade dos dentes e evitar os episódios de dor:

1) Utilize escovas com cerdas macias e pontas arredondadas. A escovação deve seguir sempre um movimento circular e suave. Nunca horizontal e com muita pressão. Vale lembrar que é importante usar fio ou fita dental sempre antes da escovação;

2) Evite cremes dentais clareadores e, se possível, prefira os desenvolvidos especificamente para controlar a sensibilidade dos dentes. Além disso, só use enxaguatórios bucais com prescrição de um cirurgião-dentista;

3) Fuja das soluções caseiras à base de bicarbonato de sódio. Hoje, há produtos específicos para atenuar a dor e que podem se encontrados em farmácias. Converse com seu cirurgião-dentista sobre isso;

4) Evite tratamentos clareadores sem indicação do cirurgião-dentista. Alguns clareadores, quando usados de forma incorreta, podem provocar feridas na boca;

5) Consulte seu cirurgião-dentista sobre os benefícios da aplicação de flúor em gel, principalmente nas fases de dor aguda;

6) Evite sucos de frutas ácidas, como laranja, limão e abacaxi. A acidez pode agravar o problema da sensibilidade. Nesse sentido, evite também usar vinagre para temperar a salada;

7) Mesmo nas fases mais críticas, escove bem os dentes – ao menos duas vezes por dia – e visite seu cirurgião-dentista a cada seis meses.
 Fonte: Prof. Dr. Artur Cerri, cirurgião-dentista, diretor da Escola de Aperfeiçoamento Profissional (EAP) da Associação Paulista de Cirurgiões-Dentistas (APCD) – www.apcd.org.br

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Como usar e cuidar do seu aparelho móvel

Como devo cuidar do meu aparelho móvel?

A maioria dos aparelhos móveis são removíveis, o que significa que você os remove para comer, escovar e usar fio dental. Por esse motivo, são facilmente perdidos. Muitas pessoas embrulham os aparelhos móveis em um guardanapo ao comer, e os esquecem em seguida, tendo que gastar centenas de reais em uma nova peça. Uma boa solução é carregar sempre a caixa do seu aparelho móvel com você para guardá-lo toda vez que não estiver sendo usado. Para mais proteção, nunca deixe a caixa sobre a mesa ou balcão - sempre coloque-a imediatamente em sua mochila, bolsa ou bolso.
Seu dentista pode lhe fornecer mais informações sobre como limpar e cuidar do seu tipo específico de aparelho móvel. Independentemente do tipo, você deve se certificar de não sentar sobre ele, pisar nele ou danificar de qualquer outra maneira esse equipamento frágil e caro.
Quanto tempo eu preciso usar o aparelho móvel depois de tirar o aparelho ortodôntico?

Seu dentista pode lhe dizer por quanto tempo você deverá usar o aparelho móvel. Uma vez que o propósito desse dispositivo é evitar que seus dentes retornem à posição original, ele deve ser usado pelo menos até que seus maxilares e gengivas tenham tido tempo de se estabilizar ao redor dos dentes recém-alinhados. Muitos ortodontistas recomendam que crianças e adolescentes usem os aparelhos móveis até os 20 e poucos anos - até que todos os dentes permanentes tenham nascido e os ossos da face tenham parado de crescer.


Do Yahoo!

sábado, 24 de novembro de 2012

PRÓPOLIS PODE AUXILIAR NA CURA DE DOENÇAS BUCAIS



 Antibiótico natural e muito usado no combate às enfermidades, o própolis verde está em alta entre os pesquisadores. Na odontologia, o produto também ganha espaço nas pesquisas.


               O professor de patologia bucal da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Vagner Rodrigues Santos, tem realizado estudos dos efeitos do própolis verde em micro-organismos que causam lesões na boca, como gengivite, candidíase, cárie, aftas e herpes. Inicialmente foi feito um trabalho com extrato alcóolico e gel de própolis em pacientes portadores de candidíase bucal. “O resultado mostrou-se eficaz quando comparado com outros antifúngicos usados para esse tratamento”, revela Santos.

                A pesquisa conta com a participação de mestrandos e docentes da unidade, alunos de iniciação científica, professores do Departamento de Química, do Instituto de Ciências Exatas (Icex), da Escola de Farmácia e da Faculdade de Odontologia. Há dois anos, o grupo passou a oferecer atendimento especial a pessoas com câncer de cabeça e de pescoço que têm disfunção provocada pela radioterapia, conhecida como “boca seca”, caracterizada por pouca ou nenhuma produção de saliva. Segundo o professor, a saliva protege a boca e controla o crescimento exagerado de micro-organismos potencialmente patogênicos. Se ela existe em quantidade insuficiente, a pessoa pode desenvolver mucosite (inflamação da mucosa) com sobreposição de outras doenças, como a candidíase bucal, popularmente chamada de sapinho. “Esse quadro deixa o paciente mais vulnerável. Ele sente dor até mesmo quando fala ou se alimenta”, diz Santos.
Para aliviar o mal-estar, o grupo de pesquisa criou um gel à base de própolis que lubrifica a boca e traz conforto. 
           Os resultados mostram que pacientes submetidos ao processo não desenvolvem mucosite, e, quando ela já existe, a complicação regride. “Em muitos pacientes, quando aplicamos o gel, a mucosite desaparece em até uma semana. E quando o gel é aplicado antes da radioterapia, a inflamação nem chega a aparecer. Isso se justifica pelos efeitos analgésico, anti-inflamatório e antimicrobiano do própolis”, diz o professor.
               O grupo também já fez uso do própolis contra a cárie. Foram identificados 14 extratos de própolis disponíveis no mercado de Belo Horizonte, vários deles provenientes de outros estados. As amostras foram utilizadas em testes in vitro para combater os micro-organismos patogênicos. Os experimentos mostraram que todas eles eliminam e inibem o crescimento desses micro-organismos danosos à saúde bucal em maior ou menor grau.
        O professor conta que foi feita uma pesquisa com alguns voluntários com alta susceptibilidade a cáries. Por motivos que podem envolver genética, questões sociais e hábitos de higiene, essas pessoas têm entre 100 milhões e um bilhão de bactérias na boca, número suficiente para causar cáries. Quando elas utilizam o gel e o enxaguante bucal à base de própolis por 20 dias, esse número cai para entre 10 mil e 100 mil.



Propriedades

        Antibiótico natural, é eficaz no tratamento de gripes, resfriados, inflamações de garganta, bronquites, úlceras. Anti-inflamatório; anestésico, acelera a cicatrização e alivia queimaduras. Suplemento alimentar, preventivo.

Instruções de uso

        Pode ser ingerido de preferência com água fria ou morna, sucos ou leite, pela manhã. Sugere-se de 15 a 20 gotas para crianças ao dia e 15 a 30 gotas ao dia para adultos.
Indicações
        Em afecções inflamatórias superficiais, como estomatite, amigdalite, gengivite, piorreia alveolar, hemorroidas. No caso de estomatite e inflamações da garganta, o extrato alcoólico atua melhor no sintoma, uma vez que cria uma película protetora no local onde foi passado
         É indicado para recuperação do estado de fadiga.  Em formato de enxaguante bucal, ajuda no ataque a bactérias que causam cáries
        É sugerido para reduzir as ulcerações e inflamações e amenizar os sintomas do reumatismo, diabetes, hipertensão. Fortalecimento da ação imunológica pela ação de linfócitos, estimulação do organismo enfraquecido, redução dos efeitos colaterais de anticancerígenos e radioterapia
Prevenção e tratamento de pneumonia crônica e bronquite infantil. Tratamento de queimaduras graves e efeitos sobre doenças dermatológicas




Fonte: ODONTO MAGAZINE / DIÁRIO DE PERNAMBUCO

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Sorriso fortalece defesa imunológica e reduz estresse



      Terapia do Riso ajuda não só na qualidade de vida, como também contribui para o equilíbrio emocional. A terapeuta ocupacional da Dal Ben, empresa atuante com assistência domiciliar, Melina Nucci, acredita que uma boa estratégia para as pessoas auto-promoverem qualidade de vida é a Terapia do Riso.   É isso mesmo. Através do riso, sorriso, risadas e gargalhadas é possível diminuir o estresse, a dor, a tensão muscular, além de reduzir as chances de desenvolver depressão e manter o equilíbrio emocional.

De acordo com a especialista, as risadas aumentam a secreção de hormônio do crescimento diminuem o cortisol, liberam endorfina, auxiliam na oxigenação do corpo, liberam linfócitos T e aumentam as célular NK (Natural Killer). “Você fortalece a defesa imunológica e desfoca dos sofrimentos. Para as lactentes, que fornecem resistência imunológica através do leite materno, a terapia do riso promove melhoria na imunidade da mãe”, conta Melina.

Como praticar?
Acordar e fazer caretas para si próprio ou falar mensagens positivas e alegres pode despertar em você a vontade de rir. Além disso, você pode pensar nas suas façanhas, medos, desafios e culpas e simplesmente rir deles. Aproveite os momentos em que está sozinho, como no carro, no banheiro, no chuveiro e solte risadas, podem ser forçadas, mas com o tempo você estará rindo da sua própria risada. 

sábado, 18 de agosto de 2012

Queixa contra plano odontológico cresce 22%



Por Jose Gabriel Navarro
São Paulo - Governo federal e órgãos de defesa do consumidor registram aumento de queixas contra planos odontológicos. No primeiro semestre de 2012, aumentou em cerca de 22% a quantidade de reclamações na Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), na comparação com o mesmo período do ano passado. As queixas, que eram 301 na primeira metade de 2011, saltaram para 368 entre janeiro e junho deste ano. O índice de reclamações também aumentou no Procon-SP. Foram 401 registros no primeiro semestre de 2012 contra 387 no mesmo intervalo de 2011.

Os dados mostram, em parte, o aquecimento do setor de seguros odontológicos, que tem crescido mais do que o de planos de saúde convencionais. Entre abril e junho deste ano, a quantidade de segurados para redes de atendimento odontológico aumentou 1,66% em relação ao mesmo trimestre de 2011. Já são 17,3 milhões de consumidores em todo o País. No mesmo período, o número de segurados de planos de saúde tradicionais cresceu apenas 0,79%, segundo a ANS.

“Os contratos para esse tipo de serviço têm termos muito específicos. Normalmente, o vendedor ou corretor atrai clientes criando expectativas que não correspondem ao que consta no documento. É de difícil entendimento mesmo”, alerta a diretora de atendimento do Procon-SP, Selma do Amaral. Por isso, problemas com contratos e com cumprimento do que é ofertado lideram o ranking de queixas do Procon contra operadoras de saúde odontológica.

A falta de orientações dificulta inclusive a reação do consumidor prejudicado. A consultora de treinamentos Janaina Amoroso de Souza, de 28 anos, foi destratada por um dentista credenciado na rede de um plano da Porto Seguro. Ele chegou a cobrar um valor adicional pelo procedimento de extração dos sisos. A empresa diz ter pedido esclarecimentos ao prestador sobre o caso.

Janaina deixou o emprego, que ajudava a bancar a mensalidade do seguro, e ficou sem o tratamento. “No fim, paguei por um serviço que nem pude utilizar. Sinto uma dor terrível nos dentes”. De acordo com Selma, além de registrar a queixa no Procon, pelo 151 ou no site www.procon.sp.gov.br, o cliente deve recorrer à ANS (0800-701-9656 ou www.ans.gov.br). Também é possível ir a um Juizado Especial Cível.

Do outro lado dos problemas com operadoras de saúde odontológica, os profissionais da área também dizem sofrer abusos. “Trata-se de mão de obra qualificada, mas contratada a um preço mínimo”, diz a conselheira secretária do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo, Maria Lucia Zarvos Varellis. A autarquia fiscaliza dentistas atuantes no Estado. “Menos de 40% do valor faturado pelas operadoras brasileiras, que foi de R$ 1,6 bilhão em 2010, é repassado para os profissionais, só R$ 627 milhões. Afeta qualidade do atendimento”.

Selma, do Procon, diz que pode valer mais a pena firmar contrato diretamente com um dentista. “Ele também é fiscalizado pela ANS, tem deveres a cumprir, mas pode parcelar, fazer preços mais interessantes. Especialidades como ortodontia e periodontia geralmente não são cobertas pelos planos e é preciso verificar sempre se o que o corretor está ofertando consta de fato no contrato”. As informações são do Jornal da Tarde.
Jose Gabriel Navarro

sábado, 30 de junho de 2012

A boca no centro das atenções


A boca no centro das atenções

A medicina não reparava muito nela e a odontologia cuidava apenas dos problemas localizados. Agora, as duas disciplinas se uniram para estudar a relação entre a saúde da boca e o que acontece no restante do organismo. E vice-versa

Aretha Yarak - Revista VEJA
Escovar os dentes, usar o fio dental e visitar o dentista a cada seis meses ajuda a evitar inflamações nas gengivas - problema que pode estar relacionado com outras doenças sistêmicas
Escovar os dentes, usar o fio dental e visitar o dentista a cada seis meses ajuda a evitar inflamações nas gengivas - problema que pode estar relacionado com outras doenças sistêmicas (iStockphoto)
Placas dentárias podem aumentar em até 80% os riscos de uma morte prematura causada por câncer. O alerta, publicado recentemente no periódico British Medical Journal, é apenas o mais recente de uma série de estudos que vêm movimentando a odontologia e a medicina. Recentemente, o avanço na tecnologia de detecção de doenças e um movimento realizado pela classe odontológica "para trazer a boca de volta ao corpo” — ou seja, estudar sua relação com o resto do organismo — alavancaram o número de estudos que relacionam as duas áreas. Como resultado, foi desvendada uma série de relações entre infecções que ocorrem na boca e problemas cardiovasculares, diabetes, obesidade, câncer, osteoporose, parto prematuro e nascimento de bebês abaixo do peso. 

Saiba mais

DOENÇA PERIODONTAL
A infecção crônica de origem bacteriana que atinge a gengiva e os tecidos dos dentes. A doença é causada pelo acúmulo de bactérias entre os dentes e a gengiva, e pode levar à perda dentária. Problema dentário mais comum em adultos, a periodontite é ainda uma das doenças inflamatórias crônicas mais comuns no mundo. Sua forma inicial, e mais comum, é a gengivite, caracterizada por uma inflamação leve das gengivas — que ficam avermelhadas, inchadas e chegam a sangrar. A evolução da doença pode levar anos, causando a perda de tecido de suporte do dente — como o ósseo —, o que acaba por ocasionar a perda de um ou mais dentes.
A ideia de relacionar a saúde bucal com problemas em outras áreas do corpo surgiu no início do século XX. Nessa época, acreditava-se que infecções com origem na boca poderiam ser a causa direta de outras doenças – nascia aí a tese da infecção focal. "Foi uma catástrofe, várias pessoas tiveram os dentes arrancados desnecessariamente. A odontologia acabou sendo desconsiderada pela medicina", diz Giuseppe Romito, professor titular de periodontia da Universidade de São Paulo. Acreditava-se, sem qualquer base científica, que arrancar os dentes com problemas evitaria que a infecção fosse disseminada.
Segundo o especialista, a meta agora é fazer com que a boca volte a ser entendida como uma parte integrante do corpo. Em outras palavras, os dentistas vêm tentando provar cientificamente que o que acontece dentro da boca tem uma relação direta com o funcionamento de todo o organismo.
Prova científica — Foi apenas na década de 1970, quando o dentista americano Steven Offenbacher realizou pela primeira vez um teste clínico que ligava processos inflamatórios na boca com a ocorrência de parto prematuro, que a relação boca e corpo começou a ser levada a sério novamente. Teria início, então, uma caçada científica por quaisquer relações com as demais inflamações do corpo. Dezenas de estudos conseguiram confirmar os achados de Offenbacher e encontraram ainda conexões dos males bucais com diabetes, doenças cardiovasculares, pulmonares, de próstata, osteoporose e câncer.
Quando começou suas investigações, Offenbacher pôde estabelecer apenas uma relação epidemiológica entre as inflamações na gengiva causadas por bactérias e parto prematuro. Hoje, no entanto, uma série de estudos conseguiu provar com mais precisão a relação entre essas duas condições. Em uma pesquisa publicada em 2007 no Journal of Periodontology, o especialista mostrou que quanto mais cedo se der a exposição às bactérias, maiores serão os riscos do parto prematuro. Nos dados coletados por Offenbacher, descobriu-se que a exposição com 32 semanas de gestação aumentava os riscos de parto prematuro 3,7 vezes. Com 35 semanas, o risco aumentava duas vezes.
Efeito cascata — As infecções bucais podem causar prejuízos aos demais órgãos por dois processos inflamatórios diferentes. No primeiro e mais simples, as bactérias alojadas na gengiva se deslocam pelo organismo e se instalam em determinados órgãos, prejudicando seu funcionamento. Nesse caso está o mais conhecido dos problemas, e o único que é, de fato, causado diretamente pela inflamação na boca: a endocardite bacteriana. "A bactéria da gengiva viaja pela corrente sanguínea até as veias coronárias (que levam sangue ao coração) e se alojam ali, infeccionando a membrana da válvula", diz Rodrigo Bueno de Moraes, periodontista e consultor da Associação Brasileira de Odontologia (ABO). Em abril deste ano, a Academia Americana do Coração (AHA, sigla em inglês) publicou um artigo no periódico médico Circulation confirmando que existe, de fato, uma associação entre a doença periodontal e a arteriosclerose (endurecimento das artérias). Apesar da relação, não é necessário que pessoas com boa saúde procurem um cardiologista a cada inflamação na gengiva. 
Há uma segunda maneira pela qual as doenças bacterianas que ocorrem na boca repercutem em outras partes do corpo. Enquanto luta para exterminar as bactérias invasoras que tiveram origem na boca, o sistema imunológico libera diversas substâncias no organismo. Isso causa um desequilíbrio químico, elevando os níveis de substâncias que interferem no funcionamento de órgãos, do metabolismo e de sistemas inteiros do corpo. É o caso, por exemplo, do diabetes. O processo inflamatório na gengiva não causa a doença, mas ajuda a desequilibrar o balanço químico do organismo, dificultando, assim, o controle dos níveis de glicose. Mas a relação entre as condições é uma via de mão dupla. O diabetes, por si só, pode piorar quadros de inflamação gengival.
Em pesquisa publicada no periódico The Journal of the American Dental Association (JADA), o pesquisador IB Lamster descobriu que conforme o índice glicêmico de pacientes com diabetes perdia o controle, os efeitos colaterais da doença nas inflamações da gengiva ficavam mais sérias. Esse mesmo desequilíbrio químico pode estar relacionado ainda com problemas como câncer, parto prematuro e nascimento de bebês abaixo do peso, artrite reumatoide e obesidade. Prestar atenção ao que acontece na boca, está provado, pode ser não só uma boa maneira de evitar doenças, mas também detectá-las.

Fuja das bactérias

Dados epidemiológicos estimam que 90% da população mundial têm gengivite e que 30% têm doença periodontal. Para manter a boca livre das bactérias é preciso escovar os dentes e usar o fio dental, no mínimo, duas vezes por dia. “Não adianta repetir o procedimento dez vezes, se você não escovar ou limpar corretamente”, diz Romito. É recomendado ainda que se faça visitas semestrais ao dentista, com realização de exames de sonda (análise da gengiva) e de raio-X (análise dos ossos do maxilar). O procedimento é protocolar e deve ser pedido em toda consulta de rotina. Alguns materiais, porém, oferecem maior proteção, como, por exemplo, a escova interdental. Ela é mais eficaz que o fio dental para limpeza entre os dentes. Existe também a escova de tufo único, que costuma ser indicada para pacientes que têm doenças periodontais, como um complemento à escova comum.

Sinal de alerta

Mesmo quem mantém uma disciplina exemplar de limpeza dentária corre o risco de deixar algum canto mal limpo, dando brecha para a infestação de bactérias. Segundo dentistas, é difícil conseguir deixar a boca completamente limpa - por isso, a importância da visita regular ao dentista. “É importante lembrar ainda que o fio dental não remove apenas a sujeira entre os dentes. Ele também retira as placas bacterianas”, diz Rodrigo Bueno de Moraes, da Associação Brasileira de Odontologia (ABO). Sangramentos durante a escovação ou o uso do fio dental são indícios de uma possível inflamação – e não de uma limpeza feita de maneira errada.