07-jul-2008
O que é a ortopedia facial - Como funciona - A ortopedia facial é indicada na fase de crescimento - Como prevenir doenças bucais em bebês
Se o rosto do seu filho está desarmônico, certamente ele não está feliz com isso, especialmente se ele tem de conviver com gozações e apelidos.
E essa desarmonia facial ocorre devido a um crescimento dos ossos de maneira errada, seja por falta de crescimento ou por excesso do mesmo. Em linguagem odontológica, são classificados de Classe II e Classe III.
O paciente Classe II é aquele que apresenta um desequilíbrio horizontal entre a maxila e a mandíbula, dando a impressão que o mesmo "não possui queixo", como era o caso do famoso compositor Noel Rosa. Já o Classe III é exatamente o contrário: é aquele que apresenta uma mandíbula grande dando a impressão de queixudo.
"Mas, qualquer que seja a alteração dos dentes e ossos da face, estes podem ser reposicionados para criar uma aparência mais equilibrada, satisfatória e harmônica", como explica o Prof. Dr. Cícero Ermínio Lascala, cirurgião especializado em ortodontia, periodontia e ortopedia facial ou ortopedia funcional dos maxilares, com doutorado em diagnóstico bucal pela USP - Universidade de São Paulo.
O que é a ortopedia facial
Segundo o Dr. Lascala, a ortopedia facial ou ortopedia funcional dos maxilares é uma forma de tratamento que visa tratar as diferenças, ou melhor, as divergências do crescimento entre a maxila e a mandíbula, redirecionando, restringindo e até mesmo estimulando o crescimento por meio de aparelhos bucais. Para se ter uma idéia, o recém-nascido apresenta uma discrepância de crescimento entre a mandíbula e a maxila, o que dá a sensação de que o mesmo não tem queixo. Este retrognatismo é fisiológico, o qual ajuda a passagem da cabeça do bebê na hora de seu nascimento. E nos meses seguintes, através da amamentação, a mandíbula cresce e se iguala à maxila, normalizando o perfil. Esta, segundo o Dr. Lascala, "é a primeira ortopedia facial que conhecemos".
Como funciona
Através do uso de aparelhos intrabucais altera-se a postura da mandíbula, estimulando-a a crescer, nos casos de Classe II, ou restringindo seu crescimento nos casos de Classe III. Assim, toda vez que a criança ou adolescente fechar a boca com o aparelho ortopédico, ocorre uma alteração da postura da mandíbula no sentido anterior: por meio desses dispositivos a cabeça da mandíbula sai da cavidade e quando a boca se abre a mandíbula se retrai. "Esse avanço e retração constante da mandíbula é uma cópia do movimento de amamentação, e o organismo entende isso como um estímulo, promovendo um incremento na região do côndilo mandibular", diz o Dr. Lascala.
O que traz como resultado um aumento quantitativo do crescimento mandibular, acima do que ela cresceria sozinha. E esse avanço gradual é feito até que se obtenha o equilíbrio das bases ósseas.
A ortopedia facial é indicada na fase de crescimento
Os dispositivos ortopédicos faciais foram desenvolvidos para atuar na fase de crescimento. Em rapazes, na faixa dos 14 a 16 anos. Já em meninas, dos 12 aos 14 anos. Mas o que vai determinar em qual faixa ou estágio de crescimento a pessoa está não é a idade cronológica, mas sim a sua idade biológica.
"A idade biológica é o fator determinante para a atuação da ortopedia facial. Sabemos hoje, por exemplo, que quando uma menina tem a menarca ou primeira menstruação, só poderemos contar com apenas mais um ano ou um ano e meio de crescimento facial, veja bem, digo crescimento facial, já que todo o resto de seu crescimento e desenvolvimento corporal ainda continuará por um bom tempo, mas na face não. E nos rapazes podemos contar com até dois anos após a primeira ejaculação", afirma o Dr. Lascala.
"Daí a importância de sabermos a idade biológica e não a cronológica das crianças", prossegue, "pois hoje temos inúmeras meninas que tiveram a primeira menstruação entre 9 e 10 anos, o que nos deixa apenas um ano ou um ano e meio para a correção ortopédica facial".
Passada a fase do crescimento facial, só restará a jovens e adultos recorrerem a uma cirurgia ortognática, e por isso é importante que meninos e meninas sejam submetidos a uma avaliação clínica por parte de um ortodontista e ortopedista facial, o que possibilitará dar aos jovens pacientes uma aparência natural plenamente satisfatória.
Como prevenir doenças bucais em bebês
Os "dez mandamentos" para uma perfeita saúde bucal do seu bebê, de modo a que ele se torne no futuro um adolescente livre de problemas bucais, na verdade são seis: 1) amamentar o bebê pelos menos até seis meses, já que o leite materno, além do valor nutricional, ajuda no desenvolvimento da mandíbula e da maxila; 2) retardar ao máximo a colocação de açúcar na alimentação do bebê, pois o açúcar prejudica a dentição e impede que a criança se acostume com o paladar das frutas; 3) levá-lo ao dentista a partir dos três meses de vida, antes de os dentes começarem a nascer; 4) chupeta e mamadeira devem ser utilizadas, quando muito, até um ano e meio; 5) manter horários regulares de alimentação; 6) fazer a higiene bucal do bebê regularmente, pelo menos três vezes ao dia e, a partir do sexto mês, é necessário limpar também a gengiva; assim que nasçam os primeiros dentinhos deve começar também a escovação, sob técnicas e orientação de um ortodontista ou odontopediatra.[14]
Consultoria: Prof. Dr. Cícero Ermínio Lascala - Mestre e Doutor em Diagnóstico Bucal pela USP (Universidade de São Paulo), especialista em ortodontiam ortopedia facial ou ortopedia funcional dos maxilares e periodontia - Tel. (11) 3834-6689
Fonte ou Autoria é : ADRIANA AZEVEDO